Você já se deu conta que vivemos um momento inédito nas organizações? São quatro gerações diferentes convivendo no mesmo ambiente de trabalho. É isso mesmo!
– Baby Boomers (pessoas nascidas entre 1946 e 1964);
– Geração X (1965 a 1980;
– Millennials ou geração Y (1981 a 1996);
– E, agora, a Geração Z.
Cada uma carrega histórias, valores e formas de trabalhar. E, isso, é uma riqueza. Mas também pode gerar ruídos.
A Geração Z, nascida entre 1997 e 2012, está entrando com força no mercado. Eles cresceram em um mundo digital, onde tudo muda rápido. Por isso, têm uma relação diferente com o trabalho:
- Querem agilidade, mas também sentido;
- Buscam propósito antes de status;
- Precisam de feedback constante;
- Valorizam diversidade, inclusão e sustentabilidade;
- Falam abertamente sobre saúde mental.
Não são “desmotivados” — são movidos por outras referências.
Segundo a pesquisa McKinsey, apenas 1 em cada 4 jovens da Geração Z se sente engajado no trabalho, 41% relatam altos níveis de estresse e ansiedade no ambiente profissional e 36% dizem que trocariam de emprego se não encontrarem propósito na função.
Essa é uma geração altamente conectada e informada, mas também mais vulnerável ao excesso de estímulos e pressão. Isso nos mostra que as estratégias tradicionais de engajamento não funcionam mais com essa geração.
Aqui está o ponto importante: cada geração foi moldada por um contexto.
Baby Boomers e Geração X: aprenderam que trabalho é sinônimo de estabilidade e esforço constante;
Millennials: vieram buscar mais equilíbrio e desenvolvimento pessoal;
Geração Z: quer tudo isso, mas precisa enxergar propósito agora, ou desengaja.
Por isso, comparar comportamentos não resolve. Precisamos entender o que é valor para cada grupo — e buscar pontos de encontro.
Engajar a nova geração não depende só do RH. É um movimento coletivo, que passa por líderes, colegas e cultura organizacional. Alguns caminhos que unem diferentes gerações:
- Respeitar os diferentes ritmos de aprendizagem;
- Promover trocas: o jovem ensina tecnologia, o mais experiente ensina estratégia;
- Criar espaços de diálogo e escuta ativa;
- Incentivar mentorias reversas;
- Valorizar a trajetória — sem desmerecer o novo.
Segundo o relatório da Deloitte, os principais fatores que atraem e retêm jovens talentos hoje são:
- Ambiente saudável e equilibrado (66%);
- Cultura organizacional inclusiva (52%);
- Lideranças humanas e acessíveis (49%);
- Oportunidade de crescimento real (45%);
- Liberdade para inovar e se expressar (43%).
A pergunta que eles fazem é:
“Vale a pena investir minha energia aqui?”
A resposta precisa vir do exemplo diário que encontram na empresa. Ou seja, salário são importantes, mas não sustentam o engajamento sozinhos. O senso de pertencimento, propósito e liberdade é o que move essa geração.
Engajar não é só motivar. É criar vínculo emocional com o trabalho. Esse vínculo é construído, principalmente, pela liderança com algumas atitudes que fazem diferença, como por exemplo:
- Praticar escuta ativa e empatia;
- Dar feedbacks frequentes e construtivos;
- Ser transparente nas decisões;
- Reconhecer os esforços, não só os resultados;
- Apoiar o desenvolvimento contínuo.
Líderes que inspiram, não que controlam, geram muito mais conexão.
Por meio de modelos flexíveis de trabalho, como a implantação da jornada híbrida, horários adaptáveis, dando mais autonomia. Além disso, criando canais abertos de comunicação e espaços seguros para que eles possam se expressar, bem como promovendo desafios com propósito e o impacto do trabalho deles no todo.
Nunca é gasto e sim investimento, quando se valoriza o desenvolvimento contínuo, com mentorias, treinamentos curtos e trilhas personalizadas.
É preciso incentivar o protagonismo, envolvendo essa geração nas decisões, isso aumenta o “senso de dono”.
A Natura, empresa brasileira de cosméticos, implementou um programa de trainee voltado à Geração Z com base em três pilares:
- Desenvolvimento personalizado;
- Mentoria com lideranças jovens;
- Projetos com impacto socioambiental.
O resultado foi um aumento de 22% no índice de engajamento dos colaboradores com menos de 30 anos em um ano e retenção de 85% dos talentos no primeiro ano após o programa.
Engajar a nova geração não é um desafio isolado, é uma oportunidade coletiva.
Quando cada geração escuta a outra, compartilhamos muito mais do que técnicas: compartilhamos valores, histórias e propósito!
Que possamos construir ambientes onde a experiência do passado e a inovação do presente caminhem juntas.
A nova geração não é difícil. Ela só não aceita mais o “sempre foi assim”!